Mano do céu, esse é o diário que demorei mais tempo para terminar, kkkkkkkkk (e digo escrever mesmo, que jogar nem tanto). Bom, finalmente mais um capítulo, pessoal!

CAPÍTULOS POSTADOS

Noite 3 – SAB
20:00

[Nessa parte mais narrativa foi mais difícil escrever ela em si do que rolagens de oráculos pra saber algumas informações simples, além de que algumas coisas decidi enquanto escrevia aqui do que enquanto jogava, apesar de não interferir nos resultados que cheguei a rolar. A reunião ocorre num ermo e decidi que o local tem ligação com o tribuno dos Ghouls.]

O veículo passou por áreas cada vez mais desertas da cidade, até parar numa região aberta e pouco iluminada. 

— Só posso levar o carro até aqui. — Informou a mulher no volante, que se chamava Kioko. 

— É o suficiente. — disse Ah-kum se soltando do cinto. 

— Ah! Está com algum celular agora? 

Kioko se dirigiu a Tyler, apesar dele ter levado alguns segundos para perceber que era com ele. 

— Não, minha saída era pra ser rápida e estava voltando pra casa quando vocês me, hum… Encontraram. — “Bem que está mais para um sequestro”, Tyler pensou. 

— Entendi. — ela mexeu no porta-luvas do veículo e tirou um celular pequeno, de modelo flip. — Pode ficar com esse. Tem só meu número nele, mas para manter contato vai servir.

— Certo… 

Ele pegou o aparelho e todos saíram do carro enquanto Tyler guardava o celular no bolso do casaco. O pequeno grupo caminhou em direção a algumas árvores e após poucos minutos de caminhada em meio à escuridão, foi possível avistar a entrada de uma gruta, da qual poderia facilmente passar despercebida por olhos mais desatentos, ainda mais durante a noite.

No interior da gruta, havia uma passagem escondida da qual, ao adentrá-la, em poucos passos havia um túnel que levava para uma enorme estrutura de concreto que parecia ser parte de uma galeria subterrânea antiga. Estavam presentes vários vampiros e alguns poucos humanos, que pareciam ser “servos” de alguns vampiros mais poderosos, assim como a moça que levou ele e Ah-kum para este lugar.

Tyler olhou superficialmente para todos presentes, uma ou outra pessoa ele já viu antes na mídia. Não podia acreditar que essas pessoas eram vampiros. Ah-kum e sua serva se afastaram dele, enquanto Tyler ficou alguns minutos próximo de uma parede olhando as pessoas ao redor. Ele não queria estar nesse lugar para começo de conversa, mas acabou aceitando apenas pelo motivo de estar levemente aéreo com isso tudo.

Analisando os vampiros da área com o olhar, era fácil perceber a diferença entre alguns vampiros, não apenas na idade aparente ou alguns usarem roupas antiquadas, mas sim uma certa “energia” que traziam, com alguns tendo aparência deformada, outros mais mórbida, elegante, com um ar ameaçador… Provavelmente é isso que Ah-Kum queria dizer com a diferença de castas. Não existe apenas um tipo de vampiro.

De repente Tyler teve a sensação de estar sendo observado, mas seus pensamentos foram interrompidos quando uma mulher alta, com cabelos loiros e trajando um vestido de tecidos finos, chamou a atenção de todos os presentes. Esta era Eve Biachi, a tribuna dos vampiros Lilitus. 

A mulher formalmente agradeceu a presença de todos, especialmente dos outros tribunos, dos quais ela estava conversando nos últimos minutos, e deixou todos os presentes a par da razão desta reunião:

— Apesar de ser incomum uma reunião deste nível, ainda mais incluindo alguns de vocês tão jovens, nos últimos dias um coven de bruxos têm arquitetado passos de um ritual. A princípio nos passou despercebido por conta de pistas falsas, mas devido às informações que conseguimos através do corpo de uma “coisa” encontrada nos esgotos, descobrimos que uma das consequências de tal ritual é simplesmente o caos para nós. Em outras palavras, se eles conseguirem finalizar o que pretendem, perderemos o nosso controle sobre nossas ações. TODOS os vampiros da cidade, ou até além, ficarão totalmente tomados pelos seus demônios.

Começaram vários murmúrios e alguns vampiros ficaram agitados. Veio à mente de Tyler as vezes que o demônio dentro dele assumiu o controle de suas ações. Se nessas poucas vezes já foi algo complicado, imagine o que acabaria fazendo não possuindo controle algum. 

— SILÊNCIO! — Ordenou um dos tribunos, que era um homem cujo rosto era totalmente oculto pelo capuz que vestia e possuía uma voz levemente rouca — Apesar disso tudo, ainda temos como impedi-los e este é o motivo de vocês estarem aqui. Ainda não está clara a razão desses bruxos desejarem fazer tal ritual, mas, de qualquer forma, ainda temos tempo para agir. Se tratando dos mais jovens entre vocês, me referindo aos que possuem não mais que poucas décadas, serão encarregados de eliminar alguns grupos que estão fazendo papel de seguranças desses membros do coven, entre eles alguns licantropos, bruxos e criaturas… Abissais. Os demais se encarregarão da parte de coleta de informações, alguns confrontos diretos e agir caso algo dê errado. 

Os tribunos disseram mais algumas palavras e instruções gerais, antes de ordenar que todos façam os seus papéis de imediato e alertar que falhas não serão toleradas. Após isso, Tyler foi instruído a se dirigir para um dos túneis das galerias, onde encontrou quem trabalharia com ele nesta missão. 

[O evento importante que rolei era que um grupo de bruxos estavam protegendo um personagem importante. Como é algo que levou a uma reunião convocada pelos tribunos com todos os vampiros da cidade, não fazia sentido Tyler agir sozinho na missão, ainda mais sendo um vampiro novato, então rolei um dado para saber quantos vampiros estariam no grupo além dele. Com isso deu mais dois, dos quais montei as fichas com base na criação rápida de NPCs vampiros, apesar de eu usá-los como PJs.]

Estavam no túnel um Vyrolakos, que era um homem de cabelos prateados presos num rabo de cavalo e idade aparentemente próxima de Tyler; e um Adze, que era um homem negro, de cabelos curtos e com aparência de pouco mais de 40 anos. 

— vocês são Richard Taylor e Antony Todd, não é?

— Sim. — Antony confirmou enquanto afastava algumas moscas de si — Tyler Robinson, suponho. 

Tyler confirmou com a cabeça. 

— Antes de chegar aqui, já estava sabendo o que sobraria pra mim depois de toda aquela lenga-lenga… — Richard falou com uma visível expressão de tédio misturado com decepção. — E lá vem o porta-voz do diabo. 

Se aproximou do grupo um dos servos do tribuno dos Vyrolakos, ele encarou Richard diretamente por ter ouvido o seu comentário, mas apenas ignorou e deu ao grupo as instruções do que deveriam fazer. Eles teriam que encontrar um grupo de bruxos, dos quais estavam protegendo um homem chamado David L. Hiett, que era um dos membros do coven do qual os tribunos mencionaram. Teriam que neutralizá-los e depois informar quando comprissem a missão. 

— Não é mais fácil irmos atrás desse homem diretamente? — Antony questionou. 

— Olha, Pensei a mesma coisa!

— Ele é um bruxo experiente e, bom, a intenção não é matá-lo, nem chamar a atenção. Vocês vão apenas tirar do caminho os que poderiam atrapalhar os planos dos tribunos. É melhor irem logo, a noite está passando. 

Depois de receberem informações de onde deveriam ir, eles foram no carro de Richard até o destino. No caminho eles conversaram um pouco, para evitar o silêncio constrangedor.

Antony havia morrido há dois anos num acidente de carro. Dava para fingir que nada aconteceu por um tempo, pois foi numa madrugada, sem testemunhas e ele morava sozinho, além do seu trabalho não exigir que ele saísse durante o dia. A coisa mais “anormal” que aconteceu naquela noite foi um enxame de insetos ser avistado, mas nada tão suspeito. Ele morava em Nova Orleans, mas se mudou para Nova Iorque antes que algum conhecido percebesse “algo diferente” nele. Ele mencionou que faz um tempo que consegue beber sangue sem precisar matar ninguém, apesar de não gostar muito e preferir não comentar o tipo de presa que o demônio dele prefere. 

Richard, por outro lado, nem precisava de muito esforço para perceber seu caráter encrenqueiro e que já era um vampiro a bem mais tempo que eles, confirmando ao mencionar que morreu em meados dos anos 90, em uma briga no presídio que estava preso. Ele não lembra o estrago que causou quando seu demônio despertou pela primeira vez, apenas que recuperou a consciência num depósito fora do lugar e as notícias da época não traziam tanta informação do que aconteceu de verdade, apenas “uma rebelião”. A única certeza que tinha era que trouxe certa atenção a uns caçadores de vampiros, porém fica no ar se era só pelo incidente ou as mortes e desaparecimentos que causou depois. Ele falava disso com muita naturalidade, demonstrando nenhum arrependimento. 

Tyler lembra vagamente de alguns casos dessa época, mas não tinha como conectar de cabeça os casos sem solução para identificar qual ou quais o Richard se encaixaria, isso se houve notícias sobre as mortes. Essa história de caçadores de vampiros trazia mais um motivo de preocupação em sua cabeça e lhe veio em mente que a polícia ou algum caçador cedo ou tarde acabaria o descobrindo, não apenas pelas pessoas que matou, mas pela Cris. Se ela ao acordar mencionar que ele estava com ela, ele com certeza será um suspeito mesmo sendo uma vítima assim como sua amiga. Não há como contorna essa situação. Nem mesmo a verdade pode salvá-lo. Ele devia ter morrido. 

Tyler apenas mencionou que não fazia muito tempo que morreu, apesar de não especificar o quanto, e que foi por resistir a um assalto. Não queria dar muitos detalhes sobre isso, pois não estava confortável com a situação. 

Depois disso, o assunto mudou para as habilidades que eles possuíam, com Tyler dizendo ser capaz de desaparecer nas sombras e sentir as coisas em ambiente escuros, Antony podendo controlar e se transformar num enxame de insetos, além de também poder sumir nas sombras e Richard ser capaz de se transformar total ou parcialmente num monstro e possuir uma força sobre-humana.

21:30

Eles finalmente chegaram no endereço que os foi indicado, mas era apenas uma praça e haviam poucas pessoas andando na rua. Eles investigaram ao redor por alguns minutos. Reforçando isso com o seu dom de sentir nas sombras, Tyler percebeu que atrás de uma parte da estátua de uma fonte havia uma espécie de painel de controle. O veio um dejavu, segunda vez que tem algo suspeito numa coisa dessa. 

— Ok, alguém sabe como hackear ou algo do tipo para acionar isso aqui? 

— Acho que consigo. — Antony se aproximou — Só preciso de alguns minutos. 

Tyler e Richard ficaram atentos a tudo ao redor, esperando que ninguém suspeitasse de nada. Não demorou muito pro Antony conseguir acionar o painel, assim uma passagem se abriu na lateral da fonte. 

Eles entraram na passagem, os levando para uns túneis subterrâneos. Isto poderia facilmente se tornar um labirinto, mas Tyler conseguiu perceber alguns rastros e pistas de movimento de pessoas, então eles seguiram por este caminho. 

22:15

Quando finalmente chegaram no final, havia uma espécie de alçapão na parte superior, então abriram e se encontraram dentro de um prédio. Explorando um pouco, puderam perceber a presença de humanos. Alguns destes estavam armados e outros mexendo numas impressoras grandes. Estavam no meio de um lugar de impressão de dinheiro falso. 

— Não esperava por isso. — Tyler comentou. 

— Será que erramos o caminho? — Antony perguntou. 

— Não, eu tenho certeza que os rastros levavam pra cá. Melhor checarmos sem chamar a atenção… 

— Ha! Vocês estão brincando? — Richard falou — Estamos a mais de uma hora nessa chatice. 

Richard estava com uma expressão maliciosa e Tyler percebeu o que ele estava querendo fazer. 

— Ah, não! Nem pense nisso! 

— São só um bando de bandidos, dá pra polícia achar que foi só uma briga de gangues… Pra que se segurar? 

— A gente não veio aqui pra isso! 

— E daí? Você é cachorrinho da “porteira de maquete” pra fazer tudo que ela e os outros tribunos querem? 

— Não tem nada a ver essa merda! 

— Ah, tem sim… 

Os dentes de Tyler se afiaram, seus olhos mudaram e ele sentiu uma enorme vontade de arrebentar a cara de Richard, do qual fez um sorriso triunfante e uma de suas mãos começava a ficar com os dedos escuros e a criar garras. Antony interviu se colocando entre eles:

— Vocês dois se controlem! Os tribunos não vão só acabar com a gente, eles vão NOS MATAR se essa missão der errado! 

Tyler apertou os olhos tentando não ceder ao impulso do demônio e conseguiu se acalmar, enquanto Richard suspirou sacudindo um pouco a cabeça e permitiu que sua mão voltasse ao normal. 

— Tá, ok… O que a gente faz agora? — Tyler perguntou a Antony. 

— Acho que posso tentar alguma coisa. 

Em poucos segundos, todos escutam sons de zumbidos, então foi possível ver algumas moscas voando pela área, mas o som delas não era concentrado de mais para chamar a atenção dos humanos. Os olhos de Antony estavam transformados, enquanto se concentrava, até que eles voltam ao normal e ele diz:

— Os achei. São três e estão no segundo piso. 

— Maravilha! 

O grupo se moveu de forma discreta, evitando serem vistos pelos humanos. Após alguns minutos, encontraram as escadas e chegaram no segundo andar, onde havia um corredor.

Estava tudo silencioso e calmo, até que Tyler escutou uns sussurros:

“Int… sos… Vam… ros…”

— Ouviram isso? 

— O quê?

Tyler parou para tentar entender o que estava ouvindo, de repente todos perceberam o ar ficar levemente mais frio e algo atravessou a parede passando rapidamente entre eles. Era dois fantasmas.

Tyler ficou surpreso e assustado. Os espíritos gritavam “Intrusos” numa voz sussurrante, enquanto ele recuava pegando o seu canivete sem jeito, apesar de não saber se isso seria efetivo. 

Logo atrás dele, Richard fica animado por finalmente um pouco de ação e se concentra liberando a forma e aparência de uma criatura que era uma mistura dele mesmo com o demônio que habitava seu corpo. 

Antony sacou um canivete que estava consigo e mentalmente ordenou pros insetos atacarem com ele. Ele avançou em um dos fantasmas. Os insetos não conseguiram atingir a entidade, mas foi distração o suficiente para Antony conseguir atravessar o fantasma com a faca. 

O fantasma fez um urro de raiva e era possível perceber que apesar da faca tê-lo atravessado de alguma forma sua “existência” ficou um pouco instável. O espírito avançou em Antony, fazendo seu corpo flutuar alguns centímetros do chão e ser jogado contra a parede, caindo logo em seguida. 

Enquanto o outro espírito, por perceber o monstro que Richard se transformou como algo mais perigoso, este avançou contra ele, porém Richard conseguiu se esquivar e com suas garras revidar o ataque. 

Tyler tentou se manter focado e decidiu ajudar Antony. Por ter visto a faca do outro fazer algum efeito no fantasma, então a dele provavelmente também faria. Ele atacou o fantasma, o espírito percebeu a presença dele e antes que pudesse revidar Tyler deu um outro golpe, assim o fantasma desapareceu. 

Eles notaram a monstruosidade que Richard se transformou e o outro fantasma também sumiu, então Tyler ajudou Antony a se levantar. 

— Você está bem? 

— Estou. — de repente Antony olha na direção do fim do corredor, onde há uma bifurcação — Eles sabem que estamos aqui. 

Todos se preparam para agir, então, assim que o grupo de bruxos apareceu, o enxame de insetos disparou e atacou o que estava na frente. Antes que os demais pudessem reagir de imediato, Tyler reconheceu um dos bruxos, seus olhos ficaram negros e imediatamente foi pra cima dele com seu canivete, sendo bloqueado por uma espada sacada pelo bruxo e este conseguindo arrancar o canivete de sua mão, era o bruxo que estava agindo com o lobisomem na noite anterior.

— Droga, você devia ter seguido meu conselho.

O bruxo recuou alguns passos, o ar ficou mais frio e de repente apareceu uma entidade esquelética, coberta com um manto fino, carregando uma enorme foice. Era um shinigami. Enquanto isso, Richard estava lutando com a bruxa restante e Antony, após ter finalizado o outro bruxo e ver aquela entidade surgindo, a atacou com auxílio dos insetos, deixando apenas o bruxo que invocou a entidade para Tyler se preocupar. Tyler atacou o bruxo novamente, este colocou a espada na frente como defesa, causando um corte leve em Tyler que possuía uma leve sensação de queimação. Estava um pouco misturado o ódio que o demônio dele tinha pela humilhação da noite anterior e a raiva que Tyler estava sentindo por saber que as palavras que o bruxo disse antes eram verdade. A sua “vida normal” acabou.

Tyler conseguiu dar um soco no bruxo, o atordoado. Antes que este conseguisse revidar disparando um feitiço, Tyler conseguiu dar nele outro golpe, dessa vez no queixo, o fazendo cair e perder a consciência. Antes que estivesse pronto para finalizá-lo dilacerando sua garganta, Tyler recuou, fazendo um grunhido colocando as mãos sobre a cabeça. Ele não queria mais fazer isso, pra ele já chega.

Esse momento era perfeito para o shinigami atacá-lo com sua foice, por pouco Tyler percebeu o ser avançando em sua direção e conseguiu se esquivar do ataque. Posteriormente Antony atingiu a entidade com sua faca e assim, como os fantasmas, a criatura desapareceu.

A bruxa que restou tentou fugir, mas Richard conseguiu ser mais rápido que ela, agarrá-la e prensá-la contra a parede. Com o impacto ela acabou cuspindo um pouco de sangue, mas ainda estava viva apesar de ofegante e muito ferida. Richard voltou à sua forma humana sem soltá-la e a fez um sorriso sádico que a fez estremecer. 

Com as coisas mais calmas, Tyler viu que Richard estava intimidando a bruxa que ele impediu de fugir, enquanto estavam no chão o bruxo que Tyler lutou e o que restou do primeiro que Antony atacou com os insetos, que ficou um corpo totalmente seco. Tyler estava tremendo levemente, boa parte da luta não era totalmente “ele”, mas, após olhar melhor pro rosto da bruxa restante, o veio algo em mente, então perguntou a Richard:

— Você vai matar ela?

—  Hum… Seria um desperdício.

— Ok.

Tyler se aproximou. A bruxa, ofegante, o encarou e Tyler, após suspirar para esvaziar a mente de todo o estresse que estava sentindo, falou:

— Aquele seu amigo asiático que tá no chão ainda está vivo, mas vai depender um pouco do que você me responder. A sua vida também.

A bruxa continuou olhando para ele em silêncio.

— Encontrei ontem uma carteira roxa perto de uma certa loja de chás em Chinatown, então me diz, Megan Wilkinson, o que você estava fazendo lá e o que aquele cara estava fazendo com um lobisomem enquanto isso?

Ela alternou o olhar entre Tyler e Richard, em seguida pro chão e respondeu baixo:

— Era pra fortalecer o poder daquele licantropo, o “lobisomem”.

— Não é só isso.

Ela se calou, Tyler suspirou e se aproximou do corpo do outro bruxo e o cutucou um pouco com o pé.

— Perdi uma luta com ele ontem a noite e você não faz ideia do quanto o demônio dentro do meu corpo quer dilacerar a garganta desse cara… Talvez até mais do que isso. Mas, falando só o que a gente já sabia, talvez você não se importe tanto assim.

Ela hesitou bastante em ceder, até que, antes que Tyler se abaixasse pra fazer algo com ele, ela disse:

— O ritual com o lobisomem era uma distração para a tribuna dos Gakis.

— Ainda nenhuma novidade, mas continue. 

— Ela está com uma relíquia da qual as pessoas que nos contrataram querem, um amuleto em forma de serpente.

— O que é esse amuleto? Pra que eles querem?

— Eu não sei. Olha, eu juro, o nosso coven apenas faz alguns trabalhos que envolve o sobrenatural, alguns com monstros envolvidos… Mas a gente só estava fazendo um trabalho que nos contrataram e com umas instruções muito específicas. Eu não sei de nada além do que disse, eu juro. 

— Tá… — Tyler ficou pensativo e perguntou — E esse trabalho de guarda-costas de agora é dos mesmos contratantes de antes?

— Sim. 

Tyler ficou em silêncio, pegou o celular que estava em seu bolso e discou algumas mensagens de texto, dando a Kioko um relatório do que conseguiram.

[Essa bruxa restante terminou com apenas 1 HP. Fiz algumas perguntas pro oráculo e a quest deles anterior tinha a ver com a Tribuna dos Gakis. Perguntei se era pra eliminá-la, mas a resposta foi negativa, aí as perguntas foram conduzidas para ter ligação com algum item importante que ela possui. Pra definir as consequências do relatório enviado por Tyler, fiz mais algumas perguntas pro oráculo.]

Após alguns segundos quieto, dando à bruxa uma sensação de eternidade, Tyler tirou os olhos do celular e disse: 

— Já temos o que queríamos, apague ela.

Richard sem um pingo de delicadeza bateu a bruxa contra a parede, a deixando inconsciente. Antony perguntou o que fariam com eles e Tyler disse que era para deixar os bruxos onde estavam. 

— Ontem à noite a minha tribuna me mandou para um serviço em que eles estavam envolvidos. 

— O que era o lance do lobisomem? — Richard perguntou. 

— Um ritual para fortalecê-lo, algo assim. Não sei no que isso deu, só que não tive a menor chance. Enfim… Me falaram aqui pra encerrar as coisas por hoje. Melhor irmos embora.

Próximo capítulo inicia no dia seguinte. Tinha até considerado em rolar algum evento, mas tivemos muita agitação por hoje e o Tyler terminou com 4/8 pontos de Vontade. Coitado, kkkkk.

Bom, apesar de ter demorado, espero que tenham gostado. Até mais 😀