UA ou AU é a sigla para Universo Alternativo (Alternate Universe). Undertale é uma das obras das quais os fãs criaram inúmeros universos alternativos e é um dos casos em que os AUs tiveram um destaque tão grande quanto o jogo original e serviram como ponto para sustentar a força da fandom e do game, mesmo o jogo sendo um jogo indie único e não uma franquia, até então.

Não irei me prolongar muito falando de Undertale e dos seus principais universos alternativos por hora, e sim ir direto ao ponto e falar de um universo que eu criei e deixo de lado e retomo de vez em quando, hehe (tanto é que até já mudou de nome).

FontTale não é totalmente um Universo Alternativo, e sim uma Linha do Tempo do universo original. Assim como HorrorTale, que é uma continuação de uma das rotas neutras, FontTale é o Universo “original” de Undertale, só que com uns detalhes diferentes por um evento no passado ter ocorrido diferente e isso resultar em uns personagens deixando de existir e outros ainda existindo quando Frisk cai no Subsolo. A ideia é ser algo seguindo a Teoria do Caos, em que um pequeno detalhe diferente pode resultar numa mudança gigantesca.

Abaixo, está o primeiro capítulo de FontTale e a origem desse Universo Alternativo (em seguida algumas artes que tenho prontas). Em breve trarei mais artes dos personagens e talvez eu faça algo para leitores interagirem (talvez eu faça um site secundário para isso, vou ver).

Font Tale

Capítulo 1

>Arquivo: Undertale
>Linha do tempo: Genocida número #%€
>Variável FUN: x$?¿&

Depois de todas as sequências de ataques de Sans serem esquivados por Frisk quase sem nenhum hit, o esqueleto usou o poder de deixar a alma azul e jogou a criança para cima, baixo, todos os lados, até a fadiga tomar conta de si e este soltar o inimigo. Após isso, Sans deu uma enrolada, como de costume, porém antes de dizer que ia usar seu “ataque especial”, que era prender a batalha no seu turno, tudo simplesmente apagou. 

Enquanto isso, no outro lado da tela, o jogador esbravejou “AH! NÃO ACREDITO!” O computador apagou do nada, pois houve um pico de energia. A pessoa deu uma respirada e ligou o computador de novo. Não era a primeira vez que iria matar o Sans nessa parte, mas ter que passar por toda a Rota Genocida de novo era irritante. 

Após uns minutos ligando o computador, ao clicar no ícone para abrir o jogo, apareceu um aviso de erro, que o arquivo do jogo não estava sendo encontrado. O jogador estranhou isso, mas não poderia resolver agora, pois recebeu nesse instante uma mensagem de um amigo para jogar outro jogo, dessa vez on-line, então o jogador seguiu para a outra prioridade. 

>ERRO
>ARQUIVO CORROMPIDO… 
>Reiniciando sistema… 
>Reescrevendo códigos…
>Erro encontrado na variável FUN!
>Reiniciando eventos anteriores ao arquivo… 
>$&#¿÷tale iniciando. Linha do tempo 1 em andamento… 

1243 dias antes do início do save

— Olha, sei lá, Arial, realmente não sei como é o lance que você quer que eu ache. 

— É como falei, uma caixinha de metal com um cabo ligado em algo parecido com, não sei… Uma caneta. 

— Se eu não achar esse troço que você tá falando, tu me deve um jogo novo. Tchau, falo contigo depois. 

OL Print desligou o comunicador, suspirou e andou na direção do lixão da parte mais baixa das Cachoeiras. O lugar do qual chamava de casa possuía uma beleza da qual ele estava acostumado, mas seu olhar sempre se distraía olhando algumas plantas e fungos que possuem luz própria e a água brilhante num azul ciano, que perambulava quando OL tinha que atravessar com suas galochas uma parte ou outra onde o nível da água estava um pouco acima do normal.

De qualquer forma, não estava com muita vontade de descer ao lixão pegar a máquina que um dos gêmeos queria, porém, como sempre depois disso Arial o fica devendo uma, vinha na mente de OL que valeria ao menos dar uma olhada. 

De repente, ele ouviu um som de estouro, nunca ouviu algo parecido, mas pressentiu que poderia ser um problema. Seguiu em direção ao som, e próximo às flores ecoantes ele ouviu elas repetindo o som e algo a mais: 

“É… Não dá para deixar isso pra lá, humano? *click* Hu… Dispenso o Mercy. *BAM*” 

— Um humano… Aqui?! 

As flores perto de OL ecoaram suas palavras, ele suou frio, elas poderiam entregar onde ele estava se não saísse de lá, porém não houve tempo para se mover, quando reparou num brilho metálico não muito distante. Estava lá um humano, mais ou menos de sua altura, cujos olhos não eram possíveis de ser vistos claramente pela distância e seu chapéu de  cowboy, porém OL percebia que ele o estava encarando e apontando um objeto em sua direção.

O humano andou na direção de onde ele estava, OL olhava para os lados, pensando no que fazer, ainda mais por que mais perto era possível ver em parte das roupas do humano um tom levemente desbotado, como a poeira de monstro. OL deu um passo para trás, mas não conseguia mais que isso. Assim que ele percebeu, tudo ao redor estava escuro e começou a tocar sua música de batalha. “Oh droga, estou dentro da zona!” pensou.

— E-ei, humano, não sei o que é isso, mas dá pra abaixar essa coisa?

O humano o ignorou e puxou o gatilho, o objeto fez aquele som e instantaneamente criou-se um buraco no casaco de O.L, felizmente ele nem tinha barriga para ser atingido ali.

— Ah, tá,agora sei o que é isso. FUI! 

OL tocou no chão e ossos surgiram abaixo do humano, que saltou para o lado, se esquivando do ataque sem dificuldade, porém, enquanto isso, OL se concentrou para conseguir forçar o código e saiu da zona de batalha. 

>ERRO! CÓDIGO INVÁLIDO

— Porra! Como é que aquela criatura fazia isso, cacete! Ah, lembrei!

O humano atirou novamente, porém errou e de repente tudo ao redor voltou ao normal. O garoto ficou confuso, nunca viu um monstro agir assim e cancelar uma batalha sem um dos dois estar com HP baixo, porém ele ignorou esses questionamentos e correu atrás do esqueleto. 

OL se movia o mais rápido que conseguia, seguiu pelas plataformas, mas o humano não saia do seu pé e não parava de atirar. Ele acabou pisando numa tábua quebrada e isso derrubou onde ele estava e uma parte atrás dele, fazendo ele e o humano cair. OL perdeu 5 pontos de HP na queda e assim que tentou se levantar sentiu uma enorme dor na perna esquerda. 

Ele viu o humano atrás dele se levantando e o esqueleto se forçou a ficar de pé apesar da dor e fugir, porém só conseguia mancar. O humano atirou na direção dele, atingindo seu ombro, assim tirando mais pontos de vida. OL tropeçou e nesse momento começou a respirar rápido e a tremer, ele se virou, olhando pro humano que apontava a arma para ele.

OL ficou paralisado, apavorado, não sabia o que fazer ou como reagir. O humano puxou o gatilho e enquanto o som do disparo ecoava por Whaterfall, a parte do crânio de OL atingido rachava , sua consciência ia se esvaindo e seu corpo virando poeira.

>FALHA NO PROCESSAMENTO DE DADOS
>Reiniciando evento…

Ele viu o humano atrás dele se levantando e o esqueleto se forçou pra tentar ficar de pé e fugir, porém pela dor só conseguia mancar. O humano atirou na direção dele, atingindo de raspão o seu braço. OL se virou e recuou andando de costas até tropeçar, de repente lhe veio um dejavu.

 O humano se aproximou apontando a arma para ele se preparando para puxar o gatilho, porém de repente um brilho azul passou rapidamente do lado dele, então foi possível ver que o tal brilho era uma lança.

— Ei, humano! — gritou Undyne, a monstro-peixe — Se meta com alguém com a mesma força que você, seu covarde!! 

— Covarde? — O humano a encarou — Vocês, monstros, que são covardes!

Enquanto o humano focava em Undyne, alguém tocou no ombro de OL e sussurrou para ele se mover enquanto Undyne distraía o humano, mas o corpo de OL não respondia, ele não conseguia se mexer. A pessoa suspirou e disse “Que OSSO, viu, não temos tempo pra isso.”, então no segundo seguinte um brilho azul claro envolveu os dois e de repente eles estavam no corredor do laboratório.

Nesse momento, doutora Alphys estava passando no local, então ela levou um susto quando de repente Sans e OL apareceram do nada no corredor.

— S-Sans, OL, o-o-o-o que vocês…

— Onde está Gaster? — Sans a interrompeu.

— N-na sala dele, mas por que v-

Antes de Alphys terminasse de falar, Sans se teletransportou e OL continuou onde estava, encostado na parede e segurando sua perna. Alphys se aproximou dele e perguntou o que aconteceu. OL se forçou um pouco e quase não pode falar, mas conseguiu dizer:

— Um humano… E-eu quase morri…

OL começou a  tremer, foi extremamente assustador. De repente ele viu Gaster atrás de Alphys e este falou que assumiria daí. Quando Alphys se afastou, Gaster chegou mais perto e tirou a galocha para verificar a perna de OL, o mais novo fez uma leve careta de dor. Um dos ossos da canela estava rachado, quase totalmente partido, então Gaster se concentrou para levar os dois pro laboratório e se certificou, usando algumas de suas magias, de que OL não tocasse no chão e não movesse de mais a perna para evitar piora no dano.

Alphys olhou para Sans incrédula:

 — O-o que aconteceu?

 — Um humano nas Cachoeiras. Ele estava “brincando de tiro ao alvo” com os monstros de lá.

 — Um hu-umano?! Mas não tinha como chegar lá sem ser visto! 

 — É, tou sabendo, e também no pouco tempo que eu tava lá deu pra notar que o humano estava “pistola” por algum motivo, do jeito que ele reagiu quando a Undyne apareceu.

 — P-P-P-PERA! UNDYNE ESTÁ LÁ!

 — Relaxa, você sabe que ela não é um ALVO muito fácil.

 — Saaaans… 

 — Hu, ela vai acabar com ele, de um jeito ou de outro. Ou isso ou o meu maninho não teria motivos pra achar ela incrível.

Sans realmente estava confiante de que Undyne acabaria com o humano pistoleiro, porém, por alguma razão, ele sentia que algo estava fora do lugar.

No laboratório, passaram-se várias horas, OL se recuperou do choque e Gaster providenciou uns curativos na perna dele, mas danos de causa física são mais demorados de se curar, então ele não ficaria totalmente curado por um tempo. Estava um silêncio incômodo, OL ficava balançando a perna boa, sentado numa mesa, enquanto Gaster mexia num computador cheio de códigos.

— Pare de se mexer.

— Você nem tá olhando. Posso ir pra casa?

— Não até eu verificar uma coisa antes.

— Hu… Quase morro e você continua agindo assim Wing Dings…

Gaster o ignorou.

— Ei, Wing Diiiings!

— Continue me chamando assim, vai ficar mais tempo aqui, Old London Segoe Print.

— Urg! Mereci… Nossos pais tinham muito mal gosto! He he!

Gaster não respondeu, então OL decidiu ficar quieto. Só pensava que, quando eram crianças, Gaster era menos fechado e ligava pra ele. Hoje está sempre ocupado e com nenhum senso de humor.

Nesse tempo dava para ver mais ou menos o que Gaster estava mexendo. Pelo o que havia na tela do computador, Gaster parecia estar checando o código fonte e também os status de OL. O mais novo não fazia a menor ideia para que Gaster estava olhando isso e porque não podia sair logo desse lugar já que estava melhor, mas não adiantaria muito fazer perguntas.

De repente a porta do laboratório se abriu e foi possível ver os gêmeos esqueleto Arial e Helvetica.

— Falei que OL tava de castigo, hehe — Helvetica falou.

— Oi! Viemos assim que ficamos sabendo do que aconteceu!

Gaster parou o que estava fazendo e olhou para a porta, enquanto OL cumprimentava os visitantes sem sair da mesa.

— Vocês sabem que não devem entrar na minha sala assim. — O cientista falou sério, cruzando os braços.

— E você ia deixar? Não. E Arial queria falar uma coisa.

— Valeu “mamãe” obrigado por falar por mim —  Arial falou em tom irônico, depois ficou sério — Hum… O que aconteceu foi minha culpa, não devia ter pedido para OL pegar aquele negócio.

De repente Gaster teve uma sensação estranha e por algum motivo sentia que devia estar furioso nesse momento, mas não estava. 

— Não sou mais criança, cara, relaxa com isso que fui por minha conta de qualquer jeito. E sabem alguma coisa do humano? — OL perguntou, estava curioso.

— Na real… Não teve nem chance!

— Claro, né, Undyne é incrível!

— Sim, é mesmo… Acho justo, ela se esforça bastante. — OL estava com uma sensação estranha, mas se sente grato por Undyne ter chegado a tempo.

— Podem ir embora agora. — Gaster os interrompeu — Você também, OL, depois conversamos, por hora não precisa ficar aqui.

— FINALMENTE!

— Use um apoio para chegar em casa.

— Eu sei, eu sei…

OL e os gêmeos seguiram conversando enquanto saiam do laboratório. Na situação não havia mais necessidade de continuarem ali. Após saírem, Gaster ficou pensativo e voltou seus olhos para os códigos que estavam em sua tela.

“Houve uma falha no arquivo fonte” — Gaster pensou — “As coisas que estão acontecendo não deviam ser assim…”

>Dados definidos e estabilizados
>Nome do arquivo: FontTale

Artes